terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Preto



Abandono, dor, mágoa, rancor, abuso, Lord Byron sem bohemia, Werther sem o amor. Um poço infindo onde cada centimetro sobe o grau de dor, onde não há quem te ouça, onde o prazer em doer surge depois do conformismo, onde a alma dilacera o Espírito, onde ninguém tem acesso.
  Sua mente, o darkside, o sadismo, a sede, o masoquismo.
  A ausência.

Blood is the new black.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Confissões dEla'

  'Vem vambora que o que você demora, é o que o tempo leva...'


   Ela ainda podia sentir a sensação de ter a barba dele em suas mãos, vagava noite a dentro não em um sonho mas sim na realidade, nenhum beliscão a traria pra realidade, tudo havia sído real desde a primeira vez.
  Bloqueios estavam cada vez mais fracos e desnecessários, Ele havia conquistado com seu jeito a confiança, o carinho, e como dito por Ele uma vez 'roubaria seu coração' e ela começava a perceber os sintomas de um coração que estava indo embora morar em outro peito. 
  Distante dEle percebia o quão se sentia incompleta, o quão era feliz quando estavam lado a lado, de mãos dadas ou abraçados, o quão gostava das piadas sem graças e nerds dele, o quanto gostava de ouvir Ele falar sobre video-games e carros que Ela nem fazia idéia mas que vindo dEle se tornavam interessantes, o quanto Ela sentia falta de ter aqueles lindos olhos na sua frente pra se perder num silencio confortavel, o quanto Ela gostava de o abraçar mesmo Ele não fazendo idéia de que ela fechava seus olhos e sorria com o corpo inteiro enquanto Ele a mantia em seus braços, o quanto Ela gostava do barulho que a risada dEle fazia, nada sinfônico, porque era real.
  Imaginava como seria estar com Ele no exato instante, como seria estar deitada ao lado dEle pra domir, sentir o corpo dEle eletrizando Ela o tempo todo, como seria viver o futuro. Sabia que esse pensamento denunciava as mentiras de seu monólogo interno que friamente anunciava 'Estou bem só, não quero me prender, sou inatingivel agora, não espero nada de ninguém'
  Ela desejava fugir, e se fosse dar ouvido para seus mais intimos anseios fugiria pra qualquer lugar que fosse perto dEle, com Ele iría para qualquer lugar, se perderia no mundo, o mundo que era apenas testemunha.
  Tinha plena ciência que a cada vez ficaria mais forte, mais dificil deixa-lo ir, mas sua confiança não deixaria doer, e que em cada telefonema de saudade a voz dEle a faria sorrir e sentiria seu corpo aquecer.
  Ela estava realmente feliz. Realmente.  
  Não tinha mais medo, não tem mais medo.
  Ela queria que Ele soubesse.