quarta-feira, 20 de maio de 2009

amiga da morte

''A tristeza é uma das maiores musas inspiradoras, só perde do sentimento de perca, o sofrimento da morte''

Se estou aqui é porque a sinfonia da vida variando o tom, manteve até agora a mesma melodia, melodia da perca, dos suspiros e do inconfundível e agora, confortável frio.
Em cada dor que tive, pude sentir as lindas e notáveis características de um pranto, a beleza exprimida em lágrimas, a angustia que encaminha ao rasgar de uma alma resultando num gemido inexprimível do espírito.
Não comecei admirando toda essa arte, em minhas memórias, tudo que a magnifica e viciosa dor foi construindo, toda nota que acrescentei para que essa melodia não acabasse veio banhada, horas de sangue, horas de lágrimas, horas de uma navalha mais cortante que espada de dois gumes.
Remoer toda essa tragetória não é meu intuito, quero apenas explicar como criei laços tão fortes e inexplicáveis com algo duo. Pode-se dizer, traiçoeiro, mas que nunca pude odiar, pois trouxe-me forças para nunca findar a partitura, e convenceu-me de deixar que ela acabe essa obra fascinante.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

encontro


Mas uma lua adormeceu, ela observava como o sol entrando pela fresta da cortina delineava o corpo dele, e o dava uma textura sensual e acolhedora.
Ele teria que partir, não para longe, mas para mais um dia como todos os outros, viver a sua vida, e nessa partida diária até o momento em que eles pudessem estar juntos, para ela era como se ele viajasse durante toda a vida.
Nada se comparava ao momento em que eles podiam se encontrar, todas as noites ela dava-lhe logo um abraço cheio de afago, com um longo beijo no pescoço, encostava a cabeça dele em seus ombros e o beijava a testa, sentavam-se ao divã no meio da sala, e conversavam sobre o tempo que estiveram separados, declarando o amor.E quando o assunto findava
ele a apertava contra seu peito e acariciando os lábios dela com os seus a beijava ardentemente.
Como se nada mais no universo fizesse mais lógica.

Nada fazia mais lógica.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

mal necessário


Nossas memórias passam em minha mente como a abstnencia de um balsamo
E agora sem ele, curto minha inevitável dor.


''Nos meus olhos,

Seu rosto sempre diante de mim,
Nossas almas são agora uma só
Nós apenas começamos'
-Blackmore's Night

quinta-feira, 7 de maio de 2009

drama


Essa sou eu, esse é o meu drama.
Feita para amar, de um amor incompreensível, eu não nasci pra mim, nasci pra me dar a alguém, totalmente, e obter tudo o que eu puder de volta, sou egoísta, e vou sempre querer mais!Você não deve se aproximar de mim!Senão te sugo, te sujo, te envolvo, e quando você quiser ir embora, te banharei com minhas lágrimas impuras, de uma pecadora a qual não se arrepende do pecado,pecado cujo é: amar demais.
Talvez a ultima romântica da terra, que passa anos sonhando com um apaixonado que a leve as alturas, e não me engano, ele existe, mas tem sua própria vida. Eu devia respeitar isso, e o que faço? Sou indigna novamente e o acuso de ingratidão. Que culpa o pobre rapaz tem, se a ingrata sou eu?!
Ninguém merece me amar, ninguém suporta me dar afeição.
E ao milagre de poder ter alguém em meus braços, eu simplesmente o afogo em meu amor efusivo! Não se engane, não é por mal, apenas por ter demais, o que o mundo já esqueceu de sentir.
Como uma serial killer só que com uma só vitima, incapaz de matar o alvo, mas que nunca deixa que ele escape dos seus olhos.

Ah, o amor!


Essa sou eu, esse é o meu drama.
Ou pelo menos a parte que dou o direito e cabe a vocês, saberem.

terça-feira, 5 de maio de 2009

parte IV



Os cabelos negros dele estavam esvoaçando, deixando seu rosto encantador em evidência, foi à melhor visão que tive dele em todos esses dias, pude ver a linha de seu maxilar de frente, com traços firmes e definidos, suas sobrancelhas grossas que deixa o seu olhar mais marcante, minhas primeiras palavras lhe faltaram com elogios, sua beleza era um insulto a qualquer outro humano, e até mesmo a um Deus grego, analisar suas formas me deixava mais realizada do que qualquer visita a museus e exposições, queria poder fazer uma estátua dele naquele momento, ele estava suado, provavelmente tinha jogado com o Diogo, sua camiseta grudava em seu peitoral, e sim, ele continuava com o movimento confortável, mesmo que com mais velocidade, a calça agarrava seu corpo, contornando suas cochas, e digamos que pela primeira vez, não o vi como uma obra a se apreciar, o enxerguei como um homem, deixara naquele momento de ser um ‘enigma humano’ para ser meu ‘homem enigma’, não um objeto de estudo, e sim, um alvo de desejo, de meu total e primo desejo.

sábado, 2 de maio de 2009

parte III

Pela primeira vez pude ver os seus olhos, mesmo que em um movimento vacilante, como se ele estivesse cometendo um erro. A alma estava presente, na verdade, muito mais que a alma, seus olhos eram profundos, capazes de fazer qualquer um se perder em tamanha imensidão, cheios de segredos, neles encontrei todo o encanto de um universo, um universo na era glacial, de um frio que transpassou todo o meu corpo, cheguei até a pensar que estava queimando.
Seu peitoral se mexia conforme ele respirava em um movimento extremamente viciante e confortável, não o vi mais olhando para mim, a forma como ele reparte o cabelo ao meio deixando cair sua franja nas laterais impossibilita que eu perceba, mas posso até arriscar que senti outra vez todo o gelo.



parte II



Procurei encontrar os olhos dele, e me livrar de parte da perturbação do sonho passado, mas no momento em que podia, eu tremi, e se nos olhos dele não encontrasse sua alma? Frustração, eu não estava preparada para me frustrar ainda, então bastou os meus pensamentos.
Nesses últimos dias não há nada mais proveitoso do que passar meus intervalos o observando, me derreto, não consigo disfarçar, fico em choque, boquiaberta, seus cabelos negros me hipnotizam é como se neles se encontrassem todos os mistérios da noite, olhar seu rosto é como observar o luar, uma harmonia perfeita que não cansa meus olhos. Nunca pude encontrar os olhos dele nos meus, não fui notada, sou comum demais para chamar atenção de um enigma humano, que eu resolveria com todo empenho possível, e me desaponto.