terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Let it burn


E ela ficou ali, olhou o presente, olhou o passado, juntos.
Esperou a dor de um sonho morto.
A dor não viria.
A ausencia a incomodava, ou o que realmente seria?
Tão acostumada ao pós endorfina mais parecido com estrogênio em plêna dilatação de parto, estranhou quando não sentiu as dores, cada vez maiores em menor espaço de tempo.
Estranhou olhar e não sentir desejo, estranhou o não-desejo de olhar.
Colocou a mão no coração para identificar se ainda havia sinal de vida... Batendo, calmo, num compasso calculado.
Respirava.
Mas a dor não vinha.
Sorria junto, sentia o cheiro, arriscou e deixou-se num abraço, percebeu a satisfação do ato pelo outro, percebeu a alegria, porém dentro de sí só a duvida da ausencia se manifestava.
E nem sinal da dor.

Sentou em sua cama, olhou pro passado, esperou a dor.
E tudo que conseguia ver era um futuro de esperança, de alegria, de conquistas, de algo novo, um RECOMEÇO, um novo sonho sendo gerado...
 e apenas um passado no passado.

Abriu o livro
Queimou a página

Acordou para um novo tempo, um novo dia em um novo sonho.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

scars

  
 Continua dentro de mim, continua passando por entre as minhas veias, continua gelando o meu coração, continua querendo sangue, sugando a morte como um desesperado, pedindo pra que ela com uma tragada só extermine tudo que há em mim, todo oxigênio, tudo que se pode considerar vida.
  Passei tanto tempo vivendo abundantemente que me esqueci como dói essa ferida, ardida corrompe toda a minha alma, o roubo a morte e a destruição como uma injeção de euforia apática percorrendo o meu corpo trêmulo querendo tragar toda luz que há em mim.
  Totalmente auto-destrutivo.
  Esqueci a força que todo esse veneno tinha dentro de mim, esqueci a cor dos meus olhos vermelhos banhados de morte, vazios, completamente secos pelas lágrimas que não escorreram, viraram mágoa e dor em toda essa composição. Deixando tudo árido.
  Agora vejo a força da luta de todo dia, é mais difícil do que possa aparentar, mais profundo, mais complexo, mais humano.
...
  
 Velha imagem, fraca, chorando uma dor que ninguém entende, ninguém sente, ninguém consegue ver.
...

Por favor, me lave com Teu sangue, purifica as perversidades que há em mim.
Clamo Sua redenção, sou forte somente em Ti, só vivo com a Tua graça.

sábado, 17 de setembro de 2011

Manuscrito

Já faz um tempo que corri das palavras, nada contra elas, mas sim em como empregá-las, tantos fatos, tantos sentimentos, deixo o encargo na memória, assim a valorizo e valorizo também as palavras, pois quando os usar, terei certeza de que é algo digno de ser lembrado, algo para as memórias, olhos, ouvidos e corações que na leitura encontram um novo mundo cheio de esperança.
O papel e a caneta quase não se reconhecem no processo de volta, a mente corre para as idéias e se une a elas para caçar as tão astutas e certas palavras.
Ora, mas porque voltar a elas? Porque voltar a escrever?
Para aqui relatar a esperança, relatar o sorriso, os olhos, mas ainda, o motivo do sorriso e a intensidade de um olhar, para dizer aos românticos do amor e ao realista dos detalhes.
Dar espaço a minha alma, deixá-la crescer enquanto espero para abrir meu coração.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

VIDA


  A professora da escolinha pediu uma redação, e com meus 7 anos e a diversidade de temas escolhi escrever sobre ter um irmão mais novo, a vida de filha unica era chata, tudo bem ser o centro das atenções e ter tudo que eu queria era legal... Mas não era melhor do que a ideia de ter um irmão mais novo, pra brincar, ensinar, pra ter um amigo que eu poderia contar pra sempre. E assim, fiz minha redação e levei pra casa, pra mostrar pra mamãe e pro papai.
  Alguns meses depois (como eu disse, eu tinha tudo que queria) mamãe estava grávida.
  Mais meses depois, fomos eu, mamãe e papai ver você no ultra-som, descobrir se seria o irmãozinho que eu tanto queria, ou uma irmanzinha chata ._. oihsaohasihas que eu não queria (: Descobrimos você ali, e eu fiquei muito feliz por não ter que dividir saltos, maquiagens e bonecas. Mais tarde o papai se foi, ficou eu, você e a mamãe.
  Nesse tempo a vida era vazia, não é fácil perder um pai, não é fácil nunca perder quem se ama, é um pedaço da alma que fica negro... E uma certa inocência vai embora sem que você escolha deixa-lá ir. Mas você nasceu, e os nosso dias tão difíceis foram preenchidos pelas suas risadas puras, seus choros, suas caretas, suas palavras sem sentido, seu olhar, seu respirar, ficou mais gostoso viver com você ali, porque você foi um presente, você é um presente pra todos que amavam o papai assim como eu.
  Seu jeito carinhoso, entrometido, chato, teimoso, curioso, barulhento, inquieto, sincero, nenenzinho da mamãe, dependente, medroso, criativo... Tudo que me faz te amar e te odiar, me dá orgulho de ser sua irmã.
  Hoje você ta fazendo 10 anos e foi dormir na casa da vovó, eu fiquei feliz em ir te buscar na escola e ver seu olhar de orgulho e alegria quando viu que era eu ali, quero ser sua grande amiga e inspiração sempre (mesmo não deixando isso claro quando brigo porque você gosta de coisas que eu gosto só porque eu gosto, ou que gosta de coisas que eu não gosto osahiiohsaas), eu não podia deixar de escrever aqui tudo que cada sorriso e abraço meu quer dizer.
  Quer dizer que eu te amo muito, muito mesmo, e que mesmo com meu jeito pouco expressivo no dia-a-dia, você é o melhor irmão mais novo que eu poderia pedir à Deus, e deixou o irmão da minha redação no chinelo (:
  Por tudo que você é, e tudo que você é pra mim, vou confiscar suas futuras namoradas NA LINHA ihoashashihsa, e não vou deixar de pegar no seu pé, desculpa, cuidar de você é meu jeito de dizer que te amo.
  Parabéns Davi, por ser vida.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

sempre

Acho que repeti tantas vezes que cravei no mais profundo eu.
Não muda, mas supero todo dia.
Porém levarei até o ultimo suspiro.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Preto



Abandono, dor, mágoa, rancor, abuso, Lord Byron sem bohemia, Werther sem o amor. Um poço infindo onde cada centimetro sobe o grau de dor, onde não há quem te ouça, onde o prazer em doer surge depois do conformismo, onde a alma dilacera o Espírito, onde ninguém tem acesso.
  Sua mente, o darkside, o sadismo, a sede, o masoquismo.
  A ausência.

Blood is the new black.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Confissões dEla'

  'Vem vambora que o que você demora, é o que o tempo leva...'


   Ela ainda podia sentir a sensação de ter a barba dele em suas mãos, vagava noite a dentro não em um sonho mas sim na realidade, nenhum beliscão a traria pra realidade, tudo havia sído real desde a primeira vez.
  Bloqueios estavam cada vez mais fracos e desnecessários, Ele havia conquistado com seu jeito a confiança, o carinho, e como dito por Ele uma vez 'roubaria seu coração' e ela começava a perceber os sintomas de um coração que estava indo embora morar em outro peito. 
  Distante dEle percebia o quão se sentia incompleta, o quão era feliz quando estavam lado a lado, de mãos dadas ou abraçados, o quão gostava das piadas sem graças e nerds dele, o quanto gostava de ouvir Ele falar sobre video-games e carros que Ela nem fazia idéia mas que vindo dEle se tornavam interessantes, o quanto Ela sentia falta de ter aqueles lindos olhos na sua frente pra se perder num silencio confortavel, o quanto Ela gostava de o abraçar mesmo Ele não fazendo idéia de que ela fechava seus olhos e sorria com o corpo inteiro enquanto Ele a mantia em seus braços, o quanto Ela gostava do barulho que a risada dEle fazia, nada sinfônico, porque era real.
  Imaginava como seria estar com Ele no exato instante, como seria estar deitada ao lado dEle pra domir, sentir o corpo dEle eletrizando Ela o tempo todo, como seria viver o futuro. Sabia que esse pensamento denunciava as mentiras de seu monólogo interno que friamente anunciava 'Estou bem só, não quero me prender, sou inatingivel agora, não espero nada de ninguém'
  Ela desejava fugir, e se fosse dar ouvido para seus mais intimos anseios fugiria pra qualquer lugar que fosse perto dEle, com Ele iría para qualquer lugar, se perderia no mundo, o mundo que era apenas testemunha.
  Tinha plena ciência que a cada vez ficaria mais forte, mais dificil deixa-lo ir, mas sua confiança não deixaria doer, e que em cada telefonema de saudade a voz dEle a faria sorrir e sentiria seu corpo aquecer.
  Ela estava realmente feliz. Realmente.  
  Não tinha mais medo, não tem mais medo.
  Ela queria que Ele soubesse.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Branco.

  O amor era branco, puro, percorria seu corpo sem pressa, tornava cada pulsar em alegria, preenchia o vazio da melhor forma, nunca faltava, nunca sobrava, sempre exato, presente, maravihosamente cativante.
  Não provinha de homens, por isso tamanha perfeição, fluia da essência, do ato, era o movente, era a esperança, era a vida, a derrota da dor e o fato da fé.
  A musica, a dança, o sorriso nos olhos.

Durou até os 14.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Monocromático.

  O sol daquele verão atingia Ela pela primeira vez, ou Ela sentia o mundo denovo depois de 10 anos, a dor apertava bem no fundo as vezes, mas Ela tinha escolhido viver então conviveria com esse aperto até a morte.
  A morte, verbo de todas as dores, não ameaçava mais seus olhos molhados, molhados como a chuva que varria o reflexo do sol no chão.
  O vento tornava real a mudança que ocorria a cada segundo, modificando tudo ao redor, inconsciente de que a maior mudança já tinha sído feita, dentro dEla.
  Seu mundo monocromatico aconteceu aos 8.
  Não tocou mais em seus brinquedos para fazer a linda boneca princesa casar com o principe, não fez mais o bebê tomar mamadeira, arrotar, nem ouvir canções de ninar, não permitiu que nenhuma cor atravessasse o monocromatico denovo.

 A inocência havia sído roubada e ninguém parecia se importar ou ver os berros dos olhos dEla que se tornavam foscamente monocromaticos.