sexta-feira, 10 de setembro de 2010

S.C


Ela mantinha os olhos perdidos na própria insensatez, raramente os fixava em algo para recuperar um pouco da sanidade desperdiçada; Era o verdadeiro caso da menina que enlouqueceu e padeceria de livre submissão ao seu amor.

 Todos os dias sua rotina era idêntica, acordava já cansada, via-o em sua frente, sorria, chorava e tudo antes mesmo das dez da manhã, sabia o quanto seu toque lhe fazia mal, mas ainda assim como uma viciada acomodada em sua vida puída que a afastara de toda existência que conquistou fora dele, persistia para enfim morrer mais um pouco, sumir mais um pouco, se perder mais ainda dentro de seu próprio corpo vendendo-se a ele em troca da endorfina que ela se negava a receber de outras almas.
 Sua boca se rasgava em um sorriso mal encenado enquanto seus olhos gritavam por socorro, nada mais lhe bastava e a menina deixou por vez tudo para trás ou em segundo plano, deixou-se em segundo plano para poder sorver dele as migalhas que este lhe atirava com os punhos fechados.
 E então começaram os remédios, e a menina ainda se negava a enxergar que era capaz de viver sem ele, era fraca por própria vontade, se fazia de frágil para não encarar a vida, se matava por um otário que nada perdia enquanto permanecia onde estava, por alguém que quanto mais lhe via morrer dentro dos próprios olhos, mais sorria e se inflava do que ele chamava de vida.
 Amor não é isso menina, menina que eu já tanto amei, e ainda amo apesar de tudo, amor é sacrifício, palavra que a muito já fora excluída do vocabulário de seu pequeno adorado.
 Sua vida vale mais do que um punhado de calmantes por um retardado que simplesmente é egoísta demais para ver o quão mal lhe faz.
 Não morra por ele, não mate a minha menina por tão pouco, por todo esse nada que fede a putrefação e que você ignora pela necessidade de ter a ilusão do que um dia chamou de amor.

por: http://sexotextoerocknroll.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Bravo ! Absurdamente nojento, extra, extra senhoras e senhores a meretriz dos cinco dedos do túnel contra-ataca :o evaporando seu infinito veneno nas núvens, onde o balão costuma passear, você nunca precisou de mim, muito menos dessa chuva de morfina para acalmar o seu coração, a falsidade como sempre sussura aos poucos no seu ouvido é tentador para você e sempre foi, mas como eu prometi um dia, desta mesma boca que erroneamente muitas vezes te depreda e murcha, é a mesma que te enche de ar sincero, e que não vai deixar você novamente cair na tempestade peçonhenta, da mesma tempestade que antes das dez, te seca, parece roubar sua essência com os olhos, gradualmente.. é vaidade de mais pedir perdão por minhas palavras, mas eu pesso como pedi muitas vezes, mesmo que eu não tenha feito nada nesta instância, perdão balão. E sim agora está tudo bem.
    Essa criatura não cansa, J.C.5.D.T :/ Chega ser divertido, se não cansasse tanto.

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