terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nuvens no chão



' '"Eu vou tentar" ela disse enquanto ele ia embora.
"Tentar não perder você. '

Ele virou as costas, e seguiu para casa, ela pegou o ônibus, sentou, encostou a cabeça na janela e cobriu o rosto com os dedos, tentou pensar em algum motivo para ir e não voltar, mas tudo que encontrou vasculhando sua mente foram os abraços dados, os beijos, a respiração quente e rápida dele, os flertes, os olhos dele que focavam ela com tanta ternura e amor, as palavras, as risadas no meio da madrugada, a noite fria em que dormiram juntos, as mensagens de celular, as fotos, as musicas que ele cantava ao pé do ouvido dela, do calor que saía do corpo dele pro dela enquanto estavam juntos, deitados, apenas apreciando as horas passarem, tudo que sonharam.
Lembrou da conversa daquela tarde, deles olhando o espaço que os uniu nos primeiros contatos, da esperança que começou alí a nascer, das dores daqueles pensamentos, de olhar o rosto dele e imaginar que teria que deixa-lo, da expressão de tristeza que ele fez ao ver que ela poderia dizer adeus, dele dizendo 'você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida'.

Nada fazia sentido, nenhuma pontada dessa imensa dor, mas era real. Passar a noite acordada imersa em lágrimas, agarrar cada objeto que lembrasse do melhor tempo de sua vida não deixou que ela pensasse com um pouco mais de lógica.

Cegada pelo medo, passou tempo demais trocando os valores, pôde perceber que nada além do que o verdadeiro amor tinha os levado até o presente, e nada era mais coeso do que continuar acreditando nessa história que não tinha e nunca terá motivos pra chegar ao fim.
Ele tem o coração dela pulsando em seu peito, e ela o dele; São opostos, e se completam de forma tão intensa que tornam-se um.

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