quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

ciúme

Estava brincando beira-mar com sua amiga, fizeram um lindo castelo, começou a pensar que aquele castelo tinha que ser só dela, afinal, ela fora buscar água para dar liga na areia, ela que tinha desenhado com paciência as janelinhas, e portas, construído o lago e as pontes e a amiga só ficava olhando, o castelo era mais dela, o mérito todo era dela, começou então a sentir queimação no estômago ao ver a amiga toda feliz anunciando a todos que o castelo era delas duas, ficou ali parada por um longo momento, sem expressão, rosto vazio. Todos se aglomeraram na frente do castelinho para contempla-lo, parabenizaram a amiga, enquanto ela sentia todo o corpo queimar, seus olhos estavam borbulhando e em um lapso de destrutividade olhou para tudo aquilo e em um só chute meteu tudo aquilo abaixo. Desesperada saiu correndo, sem buscar em outros olhares qualquer reação, sentou-se quando já estava cansada e bem longe de todos, em todo lugar onde tinha brasa fez-se dor, ela estava desapontada, chorando por não ter conseguido antes pensar que não precisava de elogios dirétos, que ela sabia tudo que tinha feito e massagear o ego era uma coisa fútil, fez da dor coragem e voltou a praia, todos haviam ído embora, menos sua amiga que estava sentada ao lado de um novo castelinho, ao ver que ela tinha voltado a amiga a abraçou e mostrou que na frente do novo castelinho tinha apenas o nome, o dela. E toda coragem se tornou alegria.

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