segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Capítulo III- Considerando um alguém

Não é mais valido apertar os braços e firmar as pernas, desamparada estou, gélida da cabeça aos pés encontro-me, todo pavor e desespero se esvaí de minha consciência já, depois de muito, encontrada.


Uma calma traiçoeira infiltrou-se sem mais, parecendo até congelar minhas veias e por conseguinte, meu sangue, endurecendo até os ossos.

Pelo contrário que toda minha vontade desejaria estou mais viva do que o esperado, já me perdi em emoções minhas e apaguei com o cansaço todo meu raciocínio.

Mas a força da linha de luz e sangue não me abandonou de alguma forma, me dando forças pra não desanimar de manter a consciência.

Solidão, companheira fiel, arrancaram dela uma linha e costuraram meus olhos, descobri isso quando percebi que ela já fazia parte de mim, não em qualquer parte, mas muito, muito perto da mente.

O inverno chegou e custa a passar, o vento dele varre de mim a esperança, varre de mim expressões, varre de mim equilíbrio, mas me mantém a tortuosa e traiçoeira calma.

Em meio a tudo isso, sinto minha primavera viva por dentro, pulsando de dentro das linhas que me sustentam, me florescendo internamente e criando raízes fortes que chegam a doer fisicamente em mim.

O que se pode considerar como um alguém?

O que te impede de estar só.

Bem, então em meio a tudo isto considero cinco companhias leais, e uma que não é fixa, é uma variável que pode ser muitas mas faz parte de todas.

Minha linha, meu sustento.

Corvos, o escarnecer.

A solidão, parte agregada.

Primavera, o meu verdadeiro eu que primeiro busca se fortalecer por dentro.

O inverno, que mesmo com essa demora certamente se irá levando com si o frio, o vento e todas suas companhias e seus braços.

E uma surpresa, algo o qual nunca fora contado nem esperado, mas muito dentro de mim sempre desejado.

É certamente o alguém considerado.

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